26 de agosto de 2010

Tormento.

Diria que por muitas vezes tentei compreender o que se passava na cabeça dele, enquanto olhava seus traços refletidos pela janela do metrô. Muitas vezes meus pensamentos pairavam, e quando eu caia em sã consciência, percebia que era inútil tentar ler sua mente pelo seu olhar, mesmo que muitas vezes eu conseguia ler o que ele queria me dizer, em apenas um olhar. Foi assim por um bom tempo, quando me acostumei com seu jeito que eu nunca entendera. Confesso que muitas vezes pensei que ele não gostava de mim o tanto que eu gostava dele, e eu conseguia acabar totalmente com a química que acontecia entre nós. Talvez eu realmente fosse culpada pela maioria das brigas, mas confesso que todas elas eram fruto da minha insegurança. Me sentia constrangida por pensar que talvez ele me esquecesse após três meses, e se quer lembrasse que um dia estivemos passado por tudo que passamos. Eu sei, muitas vezes errei comigo mesma, e fui injusta da forma que o tratei, é que no fundo, temia um fim entre nós. A verdade é que, eu me entreguei tão por inteira, que às vezes me queria de volta.
Eu me perguntava por que ele não se preocupava o quanto eu me preocupava, e eu queria saber o que se passava na cabeça dele, enquanto eu não sentia firmeza nas coisas que ele me dizia, nunca gostei que usassem a conjugação de futuro nos verbos... Não me agradava nem um pouco. E quando eu percebia, cada dia que passava ele estava mais animado para partir, e eu despedaçada por dentro. Não culpo sua vontade, ás vezes me pergunto se me sentira assim de ir para um lugar tão distante, no qual eu não estaria com a sua compania... Mas eu simplesmente não conseguia me imaginar sem a sua presença. Em poucos meses, ele se tornara a pessoa da qual eu mais dedicava minhas horas, meus dias, e eu estava o amando. De corpo, alma e coração. Do primeiro fio de cabelo, até a última pele. Posso dizer que essa notícia de partida, me deixara mais paciente em relação à nós, e insuportável com os outros. Eu não suportava uma só palavra, ou um gesto de que me parecia ofensivo de outras pessoas, arrumei discussões, e até mesmo discuti com pessoas que eu realmente gosto. O problema é que eu estava cega demais para enxergar qualquer coisa, além dele. Eu só conseguia pensar nele, e na minha vida depois dele. Soa dramático, mas eu realmente tinha que aceitar a verdade, mesmo que ela me corrompia por dentro, e me fazia ficar sufocada. Talvez eu precisasse de algo novo para poder começar de novo.