26 de agosto de 2010

Amanhecer.

Por vezes me julgo forte quando se trata de palavras. Tenho um vocabulário extenso do qual me desapeguei com os anos passados, e hoje faço dele, pouco utilizável. Engraçado como me sinto hoje, olho no espelho e julgo-me forte, às vezes ouço uma música, e sinto-me indestrutível, assim como se essa dor que sinto no peito desaparecesse por alguns minutos, ou até horas. Ai caio na real, e vejo que não é bem assim. Não vai ser bem assim que as coisas vão andar daqui algumas semanas, e eu preciso de mudanças... Eu preciso de mudanças para que não faça nenhum tipo de besteira, e que não sofra. Hoje ouvi uma voz da qual eu sempre senti conforto, e me esqueço do quanto ela me conforta quando preciso. Ela chorou no mesmo ritmo que eu. Ela sofreu no mesmo ritmo em que eu sofri. E ela sabe o quanto preciso do seu conforto, depois de quase um ano separadas. A dor da qual eu falo, é a do tempo. É a dor da qual o amor mais precisa resistir, a distância. Por questão de segundos tenho vontades incontroláveis, e logo elas desaparecem, como se nunca tivessem existido antes, assim, logo sinto vontade de trancar-me em meu mundo, e esquecer de qualquer forma de vida lá fora. Eu não tenho mais vontades, e alguns dos meus planos foram se emabaraçando, e logo, percebi que eles eram tão pouco sólidos, assim como meus sonhos. Eu percebi que estava voltando na estaca zero, e talvez, seja minha última chance de ser feliz, e de construir a minha própria felicidade. Assegurei-me de toda e qualquer pergunta que me fizera durante todo o telefonema, mas mesmo assim, algo por dentro de mim, estava aos pedaços. Eu tinha tanta certeza de um lado, e de outra, eu estava morrendo.
Tem uma fase na vida da gente, que simplesmente não tem o que fazer, à não ser aceitar. Dizer que está pronto, mesmo sem estar. Eu diria que, de alguma maneira, um ano da minha vida foi baseado nessa fase. Eu dissera sim, ouvira com clareza todas as palavras, e muitas vezes até mudei minha opinião por tal atitude. Mas constatei, que, por um ano, não vivi a minha vida. Um ano correra mais rápido do que eu imaginava, e quando olhava para trás, parecia que aquele ano novo vinha à tona, como se fosse ontem. Eu me lembro de cada detalhe daquele ano novo, como se tivesse acabado de acontecer, e eu não queria que aquilo se repetisse no ano seguinte. Por isso eu tomara frente das minhas decisões, e estou sendo dona de minhas vontades. Deixo que meu coração me guie por um lado, enquanto minha cabeça dê a direção certa... E isso, ninguém pode mudar.